Auto-sabotagem

Faz muito tempo que venho trabalhando em outras narrativas, mas parece que a cada dia a conclusão delas fica mais distante ao invés de mais próxima!

Senti a necessidade de postar um esclarecimento sobre o que tenho feito, para não parecer que "abandonei" o projeto.

Deparei com duas grandes dificuldades para escrever tanto a continuação de O Aprendiz do Arquimago quanto outras histórias ambientadas em Herannon: a necessidade de um mapa e o desenvolvimento da "língua élfica".

Foram dois empecilhos que eu mesmo criei, obviamente, mas percebi que preciso detalhar estes elementos o melhor possível para poder avançar as narrativas. No momento tenho trabalhado com afinco para resolver essas questões, antes de poder prosseguir com a escrita.

Além disso andei fazendo oficinas de criação literária, onde aprendi uma coisinha ou duas que vão acrescentar qualidade ao meu trabalho.

Aos leitores peço desculpas e um pouco de paciência!

Por que o Mapa tem sido um problema?

Enquanto em O Aprendiz do Arquimago são apresentadas apenas duas localidades específicas (Elennan e Torinyan), o que não exige um mapa para sua localização, as demais narrativas envolverão viagens e por isso o mapa se faz necessário.

Infelizmente o "mapa original" de Herannon (criado quando eu e meus amigos jogávamos RPG) data de 2000 e não me serve para a escrita. O mapa original é interessante, mas não contém o rigor e a complexidade necessárias para as narrativas. Depois de diversas tentativas frustradas, em 2015 consegui desenvolver o "esqueleto" do mapa definitivo, em quase 100 horas de trabalho no Corel Draw, mas ainda há muito a ser feito.

Existem programas que criam mapas de forma fácil e rápida, mas eu sou detalhista e não quero um mapa tosco, meramente ilustrativo; quero criar algo verossímil.


Por que o Ketilon tem sido um problema?

Uma das coisas que mais me aborrecem numa história de ficção fantástica é quando são inseridos povos exóticos (elfos, anões, alienígenas...) e o autor escreve algumas palavras ou frases "em outro idioma" para fazer um charme, mas fica claro que tudo o que fez foi escrever palavras aleatórias e/ou criar uma "tabela de tradução".

Eu não espero ser nenhum filólogo como Tolkien, mas decidi - por questões de verossimilhança - estudar a estrutura de alguns idiomas e tentar desenvolver os meus próprios. E qual a necessidade disso? A necessidade é a de poder escrever sentenças "realistas" nestas novas línguas e fazer uso de todo seu potencial, como escrever poemas e canções (já escutou The Song of the Dragonborn, a maravilhosa intro de The Elder Scrolls V: Skyrim, cantada na língua dos dragões?).

Além desses recursos maravilhosos (poemas, canções...), existe outro aspecto que considero MUITO importante: a criação de nomes de personagens. Ao invés de escrever nomes aleatoriamente, decidi usar a própria língua para desenvolvê-los. Por isso, embora os "nomes humanos" que uso não têm significado (algum dia comentarei sobre minhas pseudo-técnicas para criação de nomes), os nomes de outros povos têm.

Como a maioria de minhas personagens já criadas são anteriores a essa decisão, e percebi que seria uma estupidez tremenda tentar adequar a língua aos nomes, resolvi adequar os nomes à língua. É a solução mais inteligente e apropriada, mas trabalhosa; basicamente preciso abandonar os nomes já criados e desenvolver novos, mas isso exige que eu tenha as línguas bem desenvolvidas - adjetivos, substantivos, verbos, estrutura...

Em outras palavras, o desenvolvimento do Ketilon (que vai bem, obrigado) é um bloqueio para vários elementos das narrativas, e por isso exige uma resolução mais imediata.

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